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domingo, 26 de julho de 2015

Veneno

Me intoxica.
Me injeta arsênico na calma da alma com a ponta dos dedos.
Me dá um sorriso, me dá um motivo.
Me dá um minuto do seu tempo pra escutar uma história de como você coloriu minha vida falida.
Derrama esperança
Escoa na pia a fervura do sangue do pulso que pulsou junto à artéria que é só mais uma avenida que te leva cada vez mais longe.
(Ecoa entre os azulejos azuis do banheiro minha prece desesperada: não desapareça, não desapareça, querida...)
Me dá um toque, um empurrão ou um suspiro. Só não me dá aquele veredicto e aquele olhar de adeus.
Só não me dá as costas.